Manoel Correa de Moraes nascido em 1855,
filho de Antonio Correa de Moraes e Francisca Correia de Moraes, foi um dos
primeiros Comissários de Café da cidade de São Paulo Financiando, armazenando e
vendendo o café.
Não se sabe ao certo a data de nascimento,
no entanto sabe-se que faleceu no dia 08 de novembro de 1920. Seu corpo foi
sepultado no cemitério da consolação Rua 11 LE sepultura 42, adquirida por seu
pai Antonio em 07 de junho de 1881*.
Casarão da Rua da Gloria de Manoel Correa de Moraes (a direita) onde Zuzu nasceu e passou sua infancia ao lado dos 5 irmãos |
Manoel morava no famoso Casarão da rua da
Gloria numero 4, de lá comandava as atividades pertinentes ao cargo de
Comissário de Café. Fazendo a ponte entre a fazenda e o
consumidor final, o café passava por uma série de etapas, mudando várias vezes
de mão.
Uma vez colhido o café era conduzido em
lombo de burros ou em carros de boi até a estrada de ferro mais próxima, que
passava com freqüência pela própria fazenda, era embarcado em vagões, que
desciam para o porto de Santos ou do Rio de Janeiro.
Seguia para um estágio nos armazéns de
alguma Casa Comissária e era então vendido aos exportadores. Os comissários de
café - geralmente comerciantes portugueses e brasileiros, ou grandes
fazendeiros que diversificavam suas atividades metendo-se no comércio e
fundando bancos - financiavam plantações sob hipoteca e por conta da produção a
ser vendida.
Vendendo o café aos exportadores, os
comissários tiveram papel decisivo, particularmente no primeiro período de
expansão dessa lavoura (final do século XIX), quando a maior parte dos fazendeiros
ainda não se mudara para a cidade e vivia isolada nas casas-grandes de suas
fazendas.
Os comissários cobravam dos fazendeiros
comissão pela venda, despesas de armazenamento e juros pelo financiamento da
plantação. Houve um momento em que foi muito estreita a relação de dependência
pessoal do produtor para com o comissário, tomando-se este uma espécie de
conselheiro daquele.
Apesar das crises econômicas conjunturais,
o consumo mundial de café crescia constantemente. Os lucros dos exportadores,
entretanto, não subiam na mesma proporção, pois, entre 1891 e 1900, a
exportação de 74 491 000 sacas de café rendeu a cifra de 4691906 contos de
réis, enquanto na década seguinte, isto é, entre 1901 e 1910, houve uma queda
para 4 179 817 contos de réis no pagamento da exportação de uma quantidade
maior de café (130 599 000 sacas). Em 1906, o providencial Convênio de Taubaté
viria salvar a situação. E os exportadores poderiam, outra vez, dormir em paz.
Na alta, fortuna. Na baixa, falência. Um
convênio irá equilibrar essa balança?
Mas, afinal, o que estava acontecendo com o
café? perguntava-se, perplexo, o homem da rua, em fins de 1902. Não era ele o
"ouro verde" de que tantos falavam? Que anúncios de crise eram
aqueles? Onde estava a antiga euforia, aquela impressão de riqueza sem limites,
proporcionada pelo café, e que foi a marca dos últimos decênios do século XIX?
E, com efeito, aquilo que parecia
impossível na década de 1880 estava de fato acontecendo. A cotação
internacional do café caía constantemente, enquanto as fazendas lançavam no
mercado quantidades crescentes do "ouro verde". A safra dos anos
1901/1902 havia superado a marca de 16 milhões de sacas, para um consumo
mundial ligeiramente superior a 15 milhões. E a cotação do produto no mercado
externo, que havia sido de 102 francos-ouro em 1885, caíra para 33 francos-ouro
em 1902. De fato, desde 1893, os preços internacionais vinham caindo
sistematicamente como conseqüência dos problemas econômicos dos Estados Unidos,
nosso principal cliente, e da expansão mundial da produção de café.
A família Correa de Moraes tinha uma
relação já antiga com as Casas Comissárias de Café, Francisco Corrêa de Almeida
Moraes nasceu em 1837 em Tietê na fazenda de cana-de-açúcar denominada
"Pederneiras", mais tarde "Três Carolinas", e aí residiu até
1886, data em que mudou-se para Santos, onde já tinha negócio e interesse em
casas comissárias desde 1878.
Em Tietê ocupou diversos cargos não só de
eleição popular como de nomeação do governo. Alferes da guarda nacional em
1858, foi elevado a tenente em 1862; foi vereador da câmara municipal em dois
quatriênios e secretário da mesma em igual tempo; foi suplente de juiz
municipal e de órfãos; delegado de polícia por mais de um ano, e juiz de paz em
um quatriênio. Em Santos, após a proclamação da República, foi nomeado 1.°
suplente do juiz substituto de direito, exercendo o cargo por mais de sete
meses com jurisdição plena; foi presidente da câmara municipal em 1890-1891,
quando grassava forte a epidemia de febre amarela, com a qual teve de arcar
fundando hospitais provisórios e definitivamente, sendo o provisório denominado
"Hospital Almeida Moraes" e o segundo é o que até hoje serve de
isolamento. Foi ainda vereador no triênio de 1896 a 1899, ocupando no último
ano o cargo de presidente. É ainda neste ano de 1902 presidente da câmara
municipal. Reside em casa própria no Guarujá, Ilha Balneária, sendo sócio
comanditário da casa comissária que fundou em Santos em 1886 e que hoje rege-se
sob a razão social de "Almeida Mello & Comp.".
Casou-se em 1858 com Leopoldina Augusta de
Almeida Moraes, nascida em 1844, filha do tenente-coronel Francisco Corrêa de
Moraes e de Maria Cecília de Moraes. Teve como filhos Tranquilino Corrêa de
Almeida Moraes, falecido solteiro e Etelvina Corrêa de Almeida Moraes, também enterrada
no tumulo do cemitério da consolação no dia 22 de agosto de 1919.
Manoel Correa de Morais e Rapahela Gimenez Correia de Morais (1881~1951) pais da Dona Zuzu. |
Zuzú era a primogênita, logo depois vieram
Hugo Correa de Moraes que mais tarde viria a ser Inspetor Fiscal do Estado de
São Paulo, Paulo C. M., Judite Correa de Moraes, Carmem C. M. e Pedro C. M. ,
chegou a ter o sétimo filho, João Correa de Moraes que faleceu logo após o
parto.
Da esquerda para a direita - Pedro Correa de Moraes, Rosa Esteves Correa de Moraes, Zuzu (com cabelos brancos) Judith Philomena (filha de Jose Francisco Pagano Brundo) e seu marido Doca. |
Zuzu nasceu no dia 16 de outubro de 1901 no
casarão da rua da Gloria numero 4 e lá passou sua juventude ao lado dos irmãos.
Casamento de Emilia Francisca Correa de Moraes Pagano e Jose Francisco Pagano Brundo |
Estudaram no Colégio São José, casou-se em
primeiras núpcias com Jose Francisco Pagano Brundo no dia 23 de março de 1929,
na igreja do Oratório e mudaram-se para a rua do Gasômetro numero 107.
Quando Jose Francisco Pagano Brundo Faleceu
no dia 24 de dezembro de 1947, deixou Emilia com seus 4 filhos, moravam na rua
da Mooca 2800, casa 3. Tiveram então que mudar, para a casa da rua Bresser
numero 601, da. Zuzu passou a trabalhar como técnica de laboratório no Instituto
Adolpho Lutz.
Alguns anos depois em 1950 Zuzu casou-se
novamente com Jaime Pires de Camargo e voltaram a residir em outro endereço da
Rua da Gloria, Jaime era informante comercial do antigo Banco São Paulo da rua
XV de Novembro n.
347.
Divorciou-se e passou a morar com seu
Filho, Antonio Carlos Pagano Brundo – “TAO”, primeiro na Rua Dom Duarte
Leopoldo n. 43 na Vila Mariana, depois na Av Antonio de Sousa Noschesi 2094 no
Parque Continental.
Lydia Siqueira Pagano Brundo, Dick (cão), Zuzu e Carmem, sua irmã na casa da Dom Duarte Leopoldo, 43 |
Zuzu faleceu aos 88 anos no dia 05 de
outubro de 1989 em casa na Av Francisco de Paula Viscente de Azevedo n 1409
também no Parque Continental, seu corpo repousa no tumulo da consolação Rua 11
LE sepultura 42.
*Autalização de 21/09/2023 - Quanto ao túmulo no cemitério da Consolação, Rua 11 LE sepultura 42, ali estão sepultados:
Manoel Correa de Moraes 08/11/1920
Anna Stutze de Moraes 17/09/1936;
Antônio Raymundo 20/06/1940;
José Francisco Pagano Bruno 25/12/1947;
João Correa de Moraes 17/06/1948;
Raphaela Gimenez de Moraes 11/02/1951;
Paulo Correa de Moraes 26/12/1973;
Pedro Correa de Moraes 09/06/1983;
Carmem Moraes Raymundo 04/10/1984;
Rosa Estheves de Moraes 20/09/1984;
Judith Correa de Moraes 18/01/1988;
Antonio Carlos Pagano Brundo 11/02/1989;
Emilia Francisca correa de moraes pagano 05/10/1989;
Giovana Bieringuer Pagano Brundo 23/07 2011;
Lydia Siqueira Pagano Brundo 23/02/2022.